Imortalizada na canção de Caetano Veloso, a cajuína feita no Piauí é um patrimônio brasileiro por sua produção tradicional e práticas socioculturais. A bebida é o resultado do suco do caju clarificado e depois cozido em banho maria, processo no qual acaba ficando cristalina e de cor dourada pela caramelização dos açúcares naturais, sem que seja necessária a adição de corantes, conservantes ou outro tipo de adoçante.

É produzida de maneira artesanal em praticamente todo o estado durante a safra de caju, que vai de setembro a outubro, num trabalho familiar reforça os laços e a sociabilidade entre a família e grupos de amigos. A tradição de presentear quem se gosta com a cajuína feita em casa é um hábi- to marcante em muitas regiões do Piauí. A bebida, hoje, além de consumida integralmente, é utilizada em drinks e diversas receitas doces e salgadas, como bolos e molhos.

A cajuína era tradicionalmente produzida como uma bebida não industrial, mas hoje existem várias versões produzidas em fábricas.

A primeira menção escrita à cajuína data de 1912, quando foi chamada de néctar de caju pelo escritor Rodolfo Teófilo.

Preparo

1. Os cajus são colhidos manualmente, lavados e descastanhados
2. Os pseudofrutos são triturados e pe- neirados para a extração do suco
3. O suco recebe a gelatina, o que ajuda na separação da parte sólida.
4. Em seguida, ele é filtrado três vezes em um funil de pano.
5. O resultado é um líquido incolor.
6. A bebida é colocada em garrafas higienizadas e depois tampadas.
7. As garrafas são levadas ao banho maria em tachos com água e passam por um cozimento por até 4 horas. É neste momento que a cajuína adquire sua cor âmbar.
8. As garrafas devem esfriar naturalmente, depois são lavadas, e rotuladas, se for o caso.